19 de jan. de 2008

Teoria da Relatividade - 1ª Parte.

Domingo, 13 de janeiro.
Oito e meia e já se fazia de pé. Pergunta da manhã: por quê. A resposta não veio. Não está aflita, afoita ou ansiosa. Nada disso para quem iria fazer duas provas de vestibular. Mas não é para valer mesmo, pensava e, no momento, agradece a amiga por avisá-la que as provas serião já naquela semana.
Assite tv, sem muito se importar com o que vê. Outras coisas vagueiam pela cabeça. Português é só interpretação e biologia é uma questão de lembrar das coisas certas na hora certa - nunca depois, como sempre acontecia após entregar uma prova. Desliga o aparelho eletrônico, vai ao banheiro, toma banho e olha-se no espelho. Cara inchada, olhos quase cerrados. Sono Muito sono.
Quinze para o meio-dia. Entra no carro, vai para o ponto de encontro.
Várias pessoas (15, na verdade) e só duas não têm compromissos sérios. Na viagem, músicas antigas remixadas. Uma beleza - irônica. Desce da van, senta-se numa mureta e joga truco. Essa é a preparação pré-vestibular.
Bate o sinal e começa a dirigir-se à sala sem preocupação. Procura o lugar, senta, pega lápis, caneta, régua, RG, água e chocolate. Recebe a prova e desgraça o irmão pelo conselho de cortar as folhas com o RG. Última página com um rasgo de uma ponta a outra.
Prova de português é exatamente o que era esperado. Escreve e o que acha que não sabe, escreve também. Pontinhos sempre são válidos. A garota da frente é um medidor de concentração. Cofre à vista. Tenta não olhar, mas é como se fosse cargas negativas contra as positivas.
Não bom.
Prova de biologia. Sem comentários para não deprimir a vestibulanda.
Termina tudo antes do horário de poder sair com a prova. Olha para os lados, mas nenhum dos pseudo-concorrentes têm relógio visível. O que fazer agora? Olha o lápis, olha aquele monte de espaço em branco... Põe-se a desenhar. Cansa de esperar. Levanta a mão e o fiscal vem até a mesa. Entrega o caderno de respostas e a prova com o a última folha rasgada. Arruma as coisas e sae da sala.
Senta na mesma mureta de antes e observa um amigo aproximar-se.
- E aí, como você foi?
- Bem, não é à toa que eu tirei 1 de 8 pontos na primeira fase em biologia.
Minutos depois, a amiga junta-se a eles.
- E aí?
- Meu Deus do céu. Nunca avacalhei tanto numa prova.
Não acredita. A amiga nunca avacalha em nada.
Todos reunem-se e caminham, falantes, até a van.
Observação final: todos dizem que não querem comentar sobre a prova, mas passaram os próximos sessenta minutos falando dela.

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