28 de jun. de 2008

Disponíveis

Vê-la era estranho. O renascer de sua alma, o renascer de um sonho. Impuro e totalmente incoerente. Por isso era um sonho, certo? Por isso que poderia mantê-lo junto de si. Por isso que o manteve - mas ele se dispersou. Sumiu junto com ela, sumiu junto com uma anatomia.
Era apenas estranho tê-la por perto de novo.
Voar. Podia voar agora, podia sentir as núvens e degustar o ar. Sair do chão sem preocupações, sem grandes emoções - ela não deixava. Consumia todas para si, tornando-se completa consigo mesma, tornando-se um sonho para ele. Um amor além daqueles que os dois já sentiram, um amor puro e sem palavras. Tão incorreto quanto deveria. Tão sujo quanto não o era.
Amá-la era a constante matelada de pregos em seus próprios dedos. Mas não se importava.
Albus sempre amaria Dominique - porque só ele entendia sua essência.

25 de jun. de 2008

Muito tarde

Era de madrugada. Muito tarde para sua porta abrir sorrateira e um expectro negro adentrar em puro silêncio. Mais tarde ainda para a aresta de seu colchão afundar alguns centímetros e sua espuma perder tamanho a cada avanço de um corpo. A coberta ganhando volume do outro lado. O outro lado aproximando-se de si, sem sons, sem cores.

Eles não tinham cores; eram apenas pretos no escuro, na luz... mas ela possuia um tom a mais. Um tom de azul.

O calor encostou sobre sua pele não muito mais seca e repuxada nas costelas, e seu coração ganhou um esquecido apaziguamento. No entanto, ainda lhe era estranho aquele cheiro, aqueles cabelos e aquele leve respirar perto de seu braço, mas não hesitou ao acolher o expectro ainda mais perto de si quando esticou o braço.

Ela aceitou a proximação - e era de madrugada.

- Durma, Noah. - Sussurrou mais para si do que para seu expectro noturno.

Era só uma questão de tempo para se acostumar. Para perdoar.

15 de jun. de 2008

Prooops

Andei passeando pelo ff.net e vi que Teddy e Dominique (para mim Dominique e Teddy) ganharam alguns adeptos. No entanto, o mais impressionante eh que todas as Dominiques idealizadas possuem tres coisas em comum: rebeldia, odio de Victoire e amor platonico pelo Teddy.
Poderia ser mais cliche? Na verdade nao.
Por isso, senhor leitor, se voce esta cansado de cliches, realmente sugiro ler as minhas fics sobre Dominique Weasley. A verdadeira Dominique Weasley. Longe de cliches, longe de sentimentos tao adolescentes. Apenas uma Dominique que intriga um tantinho pelo seu jeito doce e alheio de ser.
Nao leia cliches, leia Noah Black.

(teclado desconfigurado, ou seja, sem acentos e afins).
Propaganda eh a alma do negocio.

A Outra Era Lua.

Uma era o Sol.
Teddy nao tirava de Victoire esse posto: sua namorada era puro Sol. Brilhava por um dia inteiro e, quando nao brilhava de um lado, brilhava do outro. Sempre onipresente.
E isso nao se atribuia ao fisico da Weasley. Seus cabelos louros e brilhantes em pouco ajudavam nessa concepcao e sua aurea veela herdada em nada atrapalava. Victoire era Sol porque assim o Sol quis ser chamado.
E a outra...
Mas havia Dominique. E ela era Lua. Sua presenca sempre seria lembrada pelos apaixonados, pelos suicidas, pelos poetas, escritores, cantores, compositores, loucos, estranhos e sonhadores. Porque a lua era fonte da inspiracao de todos, desejo de ambicao.
Dominique era Lua porque nao precisava estar no ceu todos as noites. Em algumas fazia-se cheia e completa, em outras, sumia, mas ninguem esquecia.
Ninguem pode esquecer a lua.
A Outra Era Lua.
Dominique era Lua por a Lua quis ser chamada de Dominique.

10 de jun. de 2008

Verdades de um Alguem

Quando as folhas caem no outuno, sabes o que eu imagino? Eu te imagino. E tu sabes como isso é doloroso, ver-te apenas em lembranças borradas pela tua indiferença e pela minha estratégica necessidade de ter-te por perto? Na verdade, é confortante no final.Desculpe a quebra de expectativa, mas a verdade nem sempre é racional. Achei, depois desse tempo todo, uma maneira segura de encontrar-te sem me perfurar com indecentes dentes rasgantes de flor de pele.Sei que estás a corroer-te por dentro para entender o porquê de folhas outunais e vou dizer-te. Não há motivos para esconder isso de ti. Tu mereces tal conhecimento, quem sabe assim não sintas metade da pressão que eu me impus?Folhas de outuno são secas e sem vida. Amarelas e laranjas. E caem... sempre... e não voltam para a árvore. Uma metáfora interessante, hã? Tu, uma folha, e eu uma árvore. Ou eu todas as folhas, e ti sempre a árvore...E isso é um conforto para mim. Tu nunca estiveste ao meu lado por tua parte de fato; era eu quem tinha de buscar-te, quem tinha de estar por perto para tu sentires a minha presença. E, Deus!, como a tua presença física era-me esfatiosa e ao mesmo tempo enervante. Doía assim como agradava.Tu costumavas a ser um paradoxo para mim. Uma verdadeira personificação da dialética; tua tese e tua antítese. Ser e não-ser, sendo e não sendo, nunca podendo. Porém, tu nunca - nunca - se contradisseste em seus atos.Eu era o errado ali, certo? Não era para tu estares ao meu lado. Eu te obrigava a isso. Eu impunha. Mas eu necessitava, lembras-te? Era algo que a minha alma clamava aos berros dentro de minha cabeça, consumindo-me em qualquer ponto de vista e atenção que eu pudesse dedicar a outra coisa. Não que tu sejas algo, pois foste a parte mais humana que tive em mim, mas, mesmo assim...Quando as folhas caem no outono, imagino-te - e é a fantasia mais anuveada concretizada que não me doe.
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isso pode ser de alguem para alguem, e, sinceramente, totalmente vinculado com Teddy e Dominique.

6 de jun. de 2008

Único Fio.

Os traços.
O que um tinha, o outro possuia. O que um não tinha, o outro também não queria. Não havia necessidade - eram um enquanto pudessem ser dois. Existia certa harmonia em suas desavenças, um fio invisível que eles juravam ser indestrutível.
Mas não o fora.
Sirius via em Regulus a oportunidade de implantar em alguém sua semente da confiança - e entender o que afinal significava o que a mãe tanto queria dizer com ele é seu irmão, Sirius. Talvez até soubesse, mas era-lhe mais viável ter certeza que era aquilo. Afinal, o menor o olhava debaixo e com os olhos arregalados e a surpresa nos lábios.
Eles eram complemento. Eram os traços um do outro, o outro do um. Grande e pequeno, juntos, orgulhando-se e sorrindo-se.
Um para o outro.
Mas o fio não foi indestritível - a partiu-se quando todo o cristal tradicional espatifou em suas concepções.
Todo o brilho dos olhos do pequeno Regulus comprimiu-se na culpa. A culpa de ter entendido o irmão. A culpa de não poder preencher o lugar de Sirius e tentar fazer corretor os atos dele.
Regulus tentou ser Sirius para si mesmo.

4 de jun. de 2008

a volta de quem nunca foi.

O que poderia acontecer quando a prima desconjurada e corrompida volta do inferno para aquela casa que você conseguiu desenvolver um ódio mais profundo que o ódio por Voldemort? E o que exatamente aconteceria se aquela sua prima insana e fanática pela imagem escarnecida do Lorde das Trevas se sentisse ameaçada?
E o que poderia então acontecer com você ao se deparar com os olhos mais azuis que você já viu na vida - e então se lembrar que toda a culpa de seu melhor amigo não estar vivo são deles?
Como você reagiria se descobrisse que a única pessoa que o fez sentir um amor tão puro e longe de concepções sensuais, mas que foi comprimido até se extingüir dentro de você, voltasse a fazê-lo pulsar violentamente em sua alma e aquele extinguido desejo de protegê-la simplesmente renascesse?
E, por último, como você se comportaria quando a visse adentrar em seu quarto ao meio da madrugada procurando pela mesma barreira protetora que você fornecia quando ela era criança?
A casa ainda possuia a mesma fragância pútrida que todos os seres que viveram ali possuíam incubidos em suas essências. Ele queria excluir-se dessa condição, mas "Black não possuem outras linhas em outro espaços. Apenas a mesma linha torta".
- Sirius.
- Noah.
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Hoje estive a pensar nela e em Sirius. Ela poderia voltar... ser poscrita e, quem sabe, voltar a ser como era antes de se envolver com os problemas da irmã.
Para quem tiver interesse de entender:
Uma Outra Menininha - Parte I
Uma Outra Menininha - Parte II
Uma Outra Menininha - A Transição de um Ser
Uma Outra Menininha - O Final.