As mãos encobertas pelas mangas compridas da blusa. Mas ela não sentia frio; ela não podia sentí-lo.
"Não vai me dizer nada?"
Ela procurou no bolso da calça o maço de cigarro sabor morango e, antes de acendê-lo, deixou-o suspenso nos lábios incrivelmente vermelhos e virou o rosto.
"O maníaco aqui é você". E sorriu, em escárnio. Acendeu o cigarro e baforou na cara dele. "Eu o deixei vivo e agora vive atrás de mim para saber por que não o matei. Seres humanos costumam ajoelharem-se em qualquer canto e agradecer a alguém supremo".
Algo travou na garganta dele, mas iria dizer mesmo que aquilo o corroesse.
"Talvez eu não seja um ser humano..."
A gargalhada maquiavélica que ela propagou ardeu os ouvidos dele, mas logo houve silêncio. Os olhos estavam cintilantes, em perfeito cianite, e isso era um bom sinal - de certa forma.
"Você acha que não é e quer que eu o mate para provar isso".
Ela levanto-se, tragou uma última vez e estendeu o cigarro na direção do rapaz. Remus receou, sempre condenara Sirius pelo mesmo vício, e agora o cigarro lhe era tentador. Mas ela não esperou a boa-vontade dele, e acabou por jogar o toco entre seus pés.
"Quando tiver certeza, me procure de novo".
Remus não queria, mas seus olhos o traíram. Ele teve de assistí-la ir embora, movendo seu corpo como se fosse uma bailarina à mercê da sargeta e seus cabelos descendo, volumosos, pela sua espinhal em claríssimo louro - havendo, apenas, pontas ruivas.
Estranho, Remus sempre achara que vampiros possuíam cabelos escuros.
16 de mai. de 2008
Apenas um dia
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09:51
1 Cereja(s)
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1 de mai. de 2008
Engajos
Foram exatos 5 minutos. Ele sabia, havia contado.
Foram longos cinco minutos de espera para os lábios dela abrirem-se e sua garganta permitir que o som resultado de um impulso estranho dentro de seu ser fosse propagado.
- Sim, Harry! Sim! Sim, sim, sim, sim!!!
Ela saltou no pescoço dele e este sentiu seu coração voltar a bater. Ginny o beijava pelo rosto, sorridente, e seu rosto estava mais avermelhado. Por que achara que ela diria não?
Porque ele ficaria muito bravo se aquilo fosse real.
Mas Harry não podia mais tê-lo para si. Draco Malfoy preferira os dias de um Malfoy aos dias de um Draco junto de Harry.
Que fosse feliz com Ginny Weasley então.
________________
Drarry, caros amigos!
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Noah Black
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14:04
2
Cereja(s)
Localizado em: estória
27 de abr. de 2008
Plot.
O inesperado.
- Eu não se você entendeu, Kingsley, mas a minha família sofreu um atentado dentro da minha própria casa! - Berrou Potter ao bater as mãos com força sobre a mesa do ministro, revelando como sua jagular poderia aparentar expessa e grossa em seu pescoço.
- Harry, você, como chefe do departamento de aurores...
- Sinceramente, ministro, eu não estou mais disposto a agir como chefe do departamento. Mês passado minha filha sumiu por cinco horas, meu filho sofreu atentados durante os jogos dentro de Hogwarts e minha mulher tem medo de sair de casa. Se alguém voltar a encostar os dedos na minha família, eu vou agir como o chefe dos aurores.
A solução.
- O que é isso? - Harry olhou o envelope lacrado sobre sua mesa e não quis tocá-lo. O homem alto a sua frente, de ombros largos e vários músculos definidos por debaixo da camiseta preta, apenas respondeu que seu trabalho era entregá-la nas mãos do senhor Potter.
- Isso, Harry, é a sua segurança. - Um homem velho e franzido, segurando um cap debaixo dos braços, adentrou à sala. Seus cabelos já estavam brancos e sua pele enrugada.
Harry pegou o envolepe, rasgando sua borda e retirando a carta.
- Aí está escrito o que você deve fazer para que nós possamos descobrir quem está tentando ferir a sua família.
- Eu devo me mudar...?
- Para o mundo dos trouxas.
Harry encarou o senhor. Estava cheio de dúvidas. Aquilo tudo parecia um plano muito armador para o seu gosto.
- Você será escoltado pelo exército trouxa.
A novo lugar.
- Pai, é muito estranho viver entre os trouxas - reclamou Lily, olhando para o sinto-de-segurança envolta de si.
- É só por alguns dias, querida. - Ginny virou-se para trás e sorriu ao ver seus três filhos sentados, comportados como nunca foram, no banco de trás do carro.
Chegaram até a vila e o genral do exército os esperava.
James olhava a visão perfeita de panfeto publicitário que o local possuía enquanto seu pai conversava com o enorme general. Parecia que todos os caras do exército eram grande - até mesmo os "soldados" aurores - coisa que intrigava um pouco, uma vez que seu pai não possuía todo aquele porte.
Será que ele só lidava com a parte burocrática?
- E quem vai nos escoltar enquanto estivermos aqui? - Pergutou Harry, enfiando as mãos nos bolsos do casaco ao mesmo tempo que Ginny abraçou seu braço.
- O melhor homem que temos a oferecer. Rápido, ágil, esperto e sem medo. Fará de tudo para deixá-los vivos e protegê-los.
- Só um para cinco pessoas?
- Com todo respeito senhor, mas com este, a humanidade seria mantida intacta.
- E por que não é? - O general olhou para baixo e respirou fundo.
- Nosso homem já está chegando.
O melhor homem.
- Senhor! - Um soldado apareceu diante dele, batendo continência para o general.
- Pode falar, soldado.
- Riffler chegou.
Calça preta típica do exército e uma camiseta branca também típica. Cabelos atados em um rabo-de-cavalo.
Às vezes, Harry se esquecia que "homem" no exército trouxa podia designar tanto homem como mulher.
- Soldado Weasely, se apresentando, senhor. - Ela disse, sem bater continência.
Ginny abriu a boca e Harry estreitou os olhos. Lily soltou um berro e Albus ficou totalmente mudo. Mas James sentia o corpo inteiro ferver, numa insana mistura de amor e ódio.
- Dominique?!
O caráter.
- A gente sabe como funciona o esquema com você. E a gente oferece o que eles te pagaram e mais o dobro.
Ela tomou um gole da cervaja e voltou a brincar com o guardanapo de papel sobre a mesa do pub encardido.
- E o que vocês querem em troca?
- A cabeça de Harry Potter - ele aproximou-se dela e sussurrou em seu ouvido, malicioso, - Nic.
- E por que vocês acham que eu aceitaria essa sujeira?
- Você não se importa, não é mesmo?! Nunca se importou. - Ele fez um sinal e cinco malas prateadas foram postas diante do rosto da loura enferrujada. - Abram. - os subordinados encapuzados abriram-nas e montantes foram descobertos diante de Dominique. - Eu só quero te oferecer o que você quer. Vai topar?
- E se eu recusar?
- A gente te apaga aqui.
Nada mudou no batimento cardíaco de Dominique e nem em sua passiva respiração. Suas afeições não ficaram tensas e suas pernas não tremeram.
- Tudo bem.
O passado.
Harry ofereceu uma caneca de chá para a sobrinha, sentando-se ao lado dela no sofá.
- Eu nunca imaginei que você poderia entrar para o exército trouxa depois... depois daquele dia.
Nic riu e sorveu o chá sem se importar com a temperatura elevada do líquido.
- Eu não estou no exército, tio. Eu apenas trabalho para eles quando precisam de mim.
- Ah! E o que você é, então?
- Atirador de aluguel. Eles me pagam para te cobrir.
Harry seria capaz de descrever a sua decpção com as palavras da sobrinha? Não. preferiu beber do chá e se reencostar no sofá.
- Nic, posso te fazer uma--
- Eu o perdi no quarto mês.
A canção da consciência.
Um fantasma sai das sombras e é posto em sua casa.
Um fantasma ressurge das brumas e volta para a ilha.
O fantasma renasce e só sabe atormentar.
Você aceitaria continuar a não se importar por dinheiro, Dominique? Aceitaria? Aceitaria?
E você conseguiria sobreviver depois disso?
A Resposta.
Sim.
______________
É só uma idéia, mas já é melhor do que nada. Veremos.
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Noah Black
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19:50
1 Cereja(s)
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24 de abr. de 2008
(Essa é para Sam).
O QUE ANTES EU NÃO SENTIA
Dor não era exatamente o que ele esperava sentir quando todos partiram. Dor, até aquele momento, era algo que ele achava que conhecia e que agora percebera que era muito maior do que imaginava.
E aquela dor talvez jamais passaria.
Remus J. Lupin sentia dor. Sentia saudade. Falta. E, agora, sentia-se irredutível. Sem amigos, sem Sirius, sem família.
Olhou mais uma vez o túmulo de James e todas aquelas palavras bonitas que ensaiara se perderam. Nada de obrigado, sentirei sua falta ou descanse em paz.
- Desculpe.
Um vento gelado bateu contra si, mas ele não podia sentir mais nada - sua dor era maior que o externo.
(triste demais, Sam... talvez não seja para você - aliás, parabéns, beta-fisher-reader ^^).
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Noah Black
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12:11
1 Cereja(s)
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13 de abr. de 2008
desejos e tentações
Ela transpaçou as pernas sobre mim, coocando uma de cada lado do meu quadril. Fez um ínfimo movimento, me pressionando, me excitando. Mas eu sabia que não era isso o que ela procurava. Desejo e prazer tinham um outro significado.
Inclinou-se, roçando os lábios aos meus. Ah!, Deus. Nunca entendi por que ela fazia isso, por que gostava de me instigar. Eram os lábios dançando sobre a minha tez, sem me sugar, sem me molhar, as màos que apalpavam cada canto de meu peito, ombros, abdômen e cinto. Dedos contornando cada marca que carregava, cabelos que escorriam pelos braços dela, eriçando a minha pele.
Ela divertindo-se.
Desabotoou botão por botão de minha camisa, lenta e lascivamente, deslizando a ponta do nariz pelo meu rosto, pescoço, as mãos subindo, pressionando cada parte que tocava. E ela não se importava com nenhuma cicatriz.
Beijos meu peito, deliciou-se com meus braços e afrouxou o cós de minha calça. Sentia a língua dela me tocar em rápidos momentos, querendo saber exatamente como eu reagia diante dela, debaixo dela.
E eu enlouquecia. Queria arrancar aquela blusa cor de musgo que lhe descia pelo ombro, revelando o quão alva era sua pele - totalmente pérola e pálida -, que me dava a visão da curva de seus seios, enconbertos pelo tecido rendado de seu sutien. Eu queria saborear sua língua em constante atrito com a minha, saber se ainda continuava tão quente. Queria ter conhecimento de suas coxas e ver como ela gemia.
Mas eu nada podia fazer a não ser sentir todos aqueles espasmos e sensações.
Sua língua, então, me presenteou. Deslizou de minha clavícula até meus lábios, passando pela jagular e pelo pomo-de-adão, finalizando com o contato de seus dentes brancos em minha boca. E eu sentia-os em mim.
Ela espalhou por meu rosto leves mordidas agudas, pressionando mais e mais, marcando-me com seu controle. Mordia e puxava, em um processo longo e de efeitos que desconhecia.
Quando engoli em seco, houve, por fim, a corrupção da minha boca. Sua língua adentrou a minha boca de forma invasiva, grotesca. Entorpecente. Enebriante. Lúcida.
Juntei minhas mãos sobre o tecido gelado da blusa e senti o pouco do quente que restava em seu corpo. Subia pela delgada curva de sua cintura e avancei sobre os seios, preenchendo toda a minha palma de volúpia.
Apertei-a contra meu corpo, cessando sua liberdade sobre mim. E seu beijo era... ah!... era... o rompimento da minha boca.
Descia meus lábios pelo pescoço dela, friccionando-o. Sentia o gosto de uma boemia ladina que buscava prazer e desejo e que jamais dormia.
Havia o peso do corpo feminino sobre o meu ventre baixo, sua língua em meu pescoço, tão próxima de sua tentação...
- Me morde, Lilith.
Seus olhos cinzas avermelhados encararam-me, inquisitivos.
- Lupin?
- Morda-me.
Sua pupila dilatou-se e a dor de dois rasgos em meu pescoço em nada se comparara ao que veio depois.
era para ser o prólogo, mas tornou-se uma idéia de blog.
Lilith: Uma sentença
porque ela sabia o que queria e como conseguir,
e me fez ver que eu também podia querer
- e continuar a viver.
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Noah Black
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14:52
2
Cereja(s)
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29 de mar. de 2008
Há dezesseis anos, ela nasceu.
Há dez, ela brigou coma irmã.
Há oito, viajou com o tio.
Há seis, voltou para casa.
Há cinco, aprendeu a jogar quadribol com o futuro cunhado.
Há quatro, entrou para o time da escola.
Há três, encantou o primo.
Há dois, contou ao pai tudo o que pensava.
Há um, voltou a infernizar a vida da irmã e do cunhado.
E hoje, ela está grávida.
"Como vai ser agora, Nic?"
"Eu sempre pedi para você não me chamar assim, pai".
"E eu nunca entendi o por quê".
"Porque é muito parecido com Vic."
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Noah Black
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22:15
1 Cereja(s)
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28 de mar. de 2008
Provável cena de "Circo de Cetim"
"You know I never want to hurt you"1
James caminhou pelos corredores do castelo sem saber, ao certo, se queria mesmo chegar à sala comunal de Gryffindor. Sucessões de cena brilhavam em sua mente e ele não conseguia distinguir o real do fictício. Era o Jordan beijando a ravenclaw e Dominique, ela sem reação, Alice desnuda, dançando sobre seu quadril e Al de mãos dadas com Rosie.
Ah!, Merlin! Um primo com uma prima. Sangue com sangue. Não era plausível. Não era certo. Albus não poderia usufruir da pequena Rosie... Dominique não poderia brincar daquela forma com ele.
Cruzou um outro corredor e deparou-se com um misto interno de inveja e ódio. Liam Jordan aparecera à sua frente. O maldito namorado de Dominique; o único cara que James mais desprezava sobre todas as outras coisas.
Pensava na prima, com a cabeça posta sobre o colo de alguma amiga, chorando e perguntando-se por que merecera aquilo. Sentia a dor que ela sentia, a forma aguda como o choro escapava-lhe pelos olhos, como a ponta de seu nariz deveria estar avermelhada, como seus lábios estavam inchados... mais vermelhos, mais chamativos.
- O que te aconteceu, cara?!
James ouviu a voz grossa de Liam adentrar sua cabeça e não entendeu o por que daquilo. Olhou para o rapaz à sua frente e deparou-se com um nariz quebrado e com a sua mão ensagüentada. Arfava, desconhecendo a origem de todo aquele sentimento.
- Você enlouqueceu, Potter?!!
Coragem. Era isso que ele precisava: de coragem.
- Isso, Jordan, é pelo o que você fez para Dominique. - Falou entre os dentes.
- O quê?! - Jordan levantou-se e tentava estancar o sangramento com a manga da blusa. - Do que é que você está falando?
- Do que é que eu tô falando?! Não sei... talvez por você ser o namorado dela e ter beijado uma outra garota em Hogsmead?
E, então, o moreno pôs-se a rir, cínico.
- Ah!, Potter... acredite, eu não fiz nada. - Ele aproximou-se de James, exibindo os dentes manchados de sangue. - Nic simplesmente não se importa com o que eu faço ou deixo de fazer. E só porque você vive nessa doce ilusão de sua prima, que eu não vou comunincar ao diretor de Gryffindor sobre o fato, ok?
Quando Liam desapareceu de sua frente, James não sabia. Quando a voz dele parou de se repetir sucessivas vezes dentro de sua cabeça, ele não sabia. Quando chegou na sala comunal e encontrou Dominique sentada no chão, de pernas cruzadas, explicando qualquer coisa para Rose... ele nem queria saber.
Para ele nada importava. Nada para Dominique importava. Ela não se importava.
- Você tá bem, Jay? - Perguntou Rose, desviando a atenção do livro que Dominique ostentava sobre os joelhos. James fez um sinal qualquer com as mãos e encarou a sua cor preferida com desdenha. Ela apenas retribuiu ao olhar, com um risco no canto dos lábios e retomou a explicação para Rose.
Dominique jamais se importaria, porque não precisa de ninguém. Nem dele, nem de Jordan e nem qualquer outro ser do mundo. E ela não ligaria se ele estava triste ou decepcionado, se o que acreditava fora ratificado da pior maneira possível - e ele não queria mais ganhar presente naquele natal.
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1 - "I gotta go my own way" - High Scholl Musical.
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Noah Black
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13:33
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25 de mar. de 2008
Pano de Cetim
Charlie acreditava que era padrinho da garota errada. Sempre que via Vic brincar com Teddy e chorar pela atenção do pai, vislumbrava-se com a destreza da então caçula em deixar que a irmã tivesse o que conseguisse.
Charlie sempre achou que Nic tinha a sua essência e uma perspicácia infantil em perceber que ela era diferente de Victoire. E ele sabia que Ron não era a melhor pessoa para ajudá-la no caminho que traçaria.
Descobriu, quando a loura enferrujada tinha oito anos, que Dominique não conseguia ter sentimentos fortes o bastante para vincular-se com alguma coisa - ou alguém. Ao ter ganho o coelho branco de Harry em seu aniversário, em uma semana o animal foi parar na casa do Potter, com a desculpa que Nic desenvolvera alergia.
Mas Charlie logo soube que a miúda simplesmente não entendia como aquele animal poderia depender dela se ela não dependia dele.
Conforme o tempo passou, as diferenças entre a primogênita de seu irmão e a agora filha do meio acentuaram-se de tal maneira que Bill se desesperou. Dominique era o ser mais dócil que ele conhecia, mas que sabia perfeitamente como irritar a irmã: na carência infinita de atenção do pai. E aquilo começara a se tornar o seu passatempo preferido.
Após muito conversarem, Charlie e Bill julgaram melhor que Dominique passasse algum tempo com o tio, na Romênia. E foram os melhores dias da vida dele e dela. Juntos, Charlie descobriu que a garota tinha uma leve inclinação para ser prestativa, mas que nunca o seria se não percebesse que alguém precisasse realmente dela.
Um dos tantos contrastes que ele notara nela.
Dominique aprendeu a cuidarde dragõs, ferimentos e a ler em Runas; desenvolveu sua magia e o pensamento prático e, para o singelo orgulho do tio, aprendeu que aquilo que não a interessava não deveria ser dito apenas por dizer.
Com o passar dos dias, olhos dela tornaram-se azuis ciano, diferentes dos demais orbes da família, adquiriu uma pele levemente corada e seus cabelos eram fios de Sol acorbreados.
E, então, ela teve de retornar para casa.
Charlie ficou sabendo que sobrinha fora para Hogwarts e era a mais nova integrante de Gryffindor. Em seu segundo ano, entrou para o time de quadribol e era tida como uma das melhores alunas em História da Magia. Mas foi em seu quinto ano, quando Victoire estava no último, que o segundo filho mais velho dos Weasley notou que algo estava diferente.
Nas férias daquele verão, Teddy praticamente apenas ficara na casa de Bill, para ficar o máximo de tempo possível com Victoire. No entanto, no dia em que toda a família resolveu passar uma tarde na praia, os olhos do Lupin sempre acabara por pousar sobre a figura delgada e delicada de Dominique.
Seu outro contraste. Sua anatomia em nada declarava sua verdadeira postura.
Charlie sabia que não havia com o que se preocupar, pois Nic não se importava muito com o agregado da família. E nem deveria, pois em breve, ele casar-se-ia com Victoire.
No sexto ano, Dominique fora titulada como capitã do time e James quis fazer uma festa. E ela foi feita. À noite, quando o primogênito de Harry se excedeu na bebida e levou Dominique à praia, Charlie ouvira todas as palavras de amores que o jovem pronunciou, com a língua enrolada, para a sua pequena Nic - e ele, já conhecendo bem a afilhada que deveria ter tido, sabia que James receberia um beijo, um abraço apertado e até algo a mais, mas nada além disso, porque, para Dominique, brincadeira e desapego são virtudes que nunca machucam.
Naquele Natal, James apareceu com uma namorada, a pequena Rosie mostrou-se de mãos dadas com Al e Teddy não conseguia parar sentado num único lugar. E aquelas cenas Charlie já as assistira.
O Lupin caçava Nic com os olhos e procurava, incessantemente, por um contato com ela. E Nic nunca se machucaria, nunca entenderia que as pessoas amam e se importam - Charlie sentia muito por ela - e, naquela noite, Teddy foi vencido por seu desejo errôneo pela cunhada e tomou-a em seus braços, corpo e parede.
Mas Charlie sabia que para Dominique aqueles beijos e agarros eram diversão, uma brincadeira para sair de uma rotina - uma mera sensação. E no fim, Charlie assistiu ao casamento de Teddy e Victoire e à sensação de vazio do Lupin no altar.
Dominique era contraste; um pano de cetim.
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Noah Black
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09:10
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22 de mar. de 2008
Dominque tinha gosto de cetim com aroma de cereja e, impregando em si, aquela essência de brincadeira de circo. Um Circo de Cetim.
Datilografado por
Noah Black
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21:38
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19 de mar. de 2008
Elariá-lariê-lari...
Na verdade, Dominique era apenas dois anos mais velha que James - e capitã do time de quadribol que ele participava como batedor. E James tinha quinze anos quando se deparou com a certeza de que a garota cujos cabelos eram louros que ele estava no momento não era foco do desvio de sua atenção - e ficou confuso quando percebeu que gostava mais da displicência dos fios louros e acajus que a prima exibia sem muito se importar pelos corredores da escola.
Porém, isso tudo em nada era comparado quando os dois sentavam juntos diante da lareira da sala comunal da Grifinória, para que ela o ajudasse em alguma tarefa ou que explicasse alguma coisa que não entendia de determinadas matérias. Muitas vezes, após feito o que fosse que ele pedia a ela, Dominique permitia que James deitasse em seu colo e, enquanto conversavam sobre coisas sem importância e totalmente inúteis, como as cores favoritas do Teddy, ela mexia em seus cabelos, enrolando-se, levemente, no indicador.
Em raros momentos, ele adormecia ali.
James era um pato de quinze anos, pois Teddy o chamava assim. Para ele, aliás, todos eram patos em suas atuais idades - menos Victoire e Dominique. E, apesar das primas mais velhas acatarem isso normalmente, James não se importava quando Dominique afundava seus dedos entre os fios da cabeça dele, sorrindo e declarando que Teddy estava correto. Até mesmo porque James era maior que ela e gostava de perceber que a prima tinha de elevar os pés para fazer isso.
No entanto, James achava extremamente curioso o fato de Dominique ser apenas cordeal com Al ou Lily - mesmo que a miúda fosse sua pata do primeiro ano protegida e o irmão uma companhia constante nos finais de semana pela manhã. Mas isso não incomodava o primogêntio dos Potter, pois era com ele que ela passava as madrugadas de sábado para domingo, fazendo cafuné, sorrindo e contando fatos que ouvira pelo castelo.
James até acreditava que apreciava mais a presença da prima que a da própria namorada. Aliás, Dominique tinha um namorado - ou um cacho, ou alguém que gostava muito dela e se sucumbia as vontades da loura enferrujada - e ele era irmão mais novo do melhor amigo de Teddy: Liam Jordan. Eles não eram alvo dos olhos do Potter quando juntos em Hogsmead, e quando se beijavam, e quando sumiam e quando se abraçavam, sorriam e se beijavam. Mas isso não era uma rotina, porque Dominique era alguém que só combinava com desapego.
E ele sabia que ela era apegada a ele.
Uma vez, James passou a noite com um grupo do sétimo ano. Muitos deles haviam surrupiado algumas garrafas de firewisky de Hogsmead e estas estavam expostas na roda enquanto uma girava no centro. E a boca da garrafa parou na direção de Dominique, sentada do outro lado da roda, longe dele, e o fundo para uma colega de turma dela. Em uma escolha entre verdade e desafio, Dominique escolheu desafio e, então, ela foi desafiada.
Levantou-se sem ajuda e caminhou na direção do primo enquanto as pessoas presentes assobiavam e davam risadas - não por escárnio ou zombaria, apenas pelo efeito etílico em demasia no sangue. Mas Dominique não estava bêbada; ela nunca bebia por saber que seria a sucessora de Ginevra Weasley do time Holyhead Harpias. Ao ver as mãos da prima estendidas, James não conseguia assimiliar o que estava acontecendo, e Dominique o ajudou a ficar de pé. Ele podia sentir a respiração tranqüila dela sobre o seu rosto, os olhos azuis cianos percorrendo, devagar, de seus olhos castanhos até sua boca, em um sorriso apaziguador e que ao mesmo tempo o fazia ficar mais nervoso surgir nos lábios que notara serem de cor de cereja.
Não era seu primeiro beijo - e estava longe do real primeiro -, mas era exatamente assim que James se sentiu ao ter o gosto da prima dentro de sua boca, encostando e estimulando seus movimentos por um período interminável. Quando seus lábios se descolaram, Dominique umedeceu o lábio inferior com o superior e engoliu em seguida, levantando o olhar para visualizá-lo e finalizando tudo aquilo com um selo sobre seus lábios, pressionado-so levemente. E James sentia que seu coração pulsava no corpo todo.
As coisas mudaram um pouco depois daquela noite. Potter já não conseguia mais deitar no colo dela e nem evitar de sentir a respiração corroer as vias respiartórias quando Nic achava plausível a companhia de Liam. James tinha certeza que nunca voltaria a ser o mesmo com ela até a noite em que ele pousou a cabeça nas pernas dela e inclinou-se para beijá-la de novo.
E de novo. E de novo... E de novo.
Em seu sexto ano, James já não sabia mais ficar sem a companhia constante de Dominique e, no natal daquele ano, Teddy casar-se-ia com Victoire. E no natal daquele ano, James viu Teddy pressionar Dominique contra a parede - com as pernas dela transpaçadas ao redor de seu quadril e as mãos dele adentrarem pela saia do vestido.
Datilografado por
Noah Black
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20:21
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15 de mar. de 2008
Out of Character
- Cara, como a sua tia é gata.
Teddy encarou o amigo Jordan com um semblante indingando.
- Não sei se percebeu, ô minhoquinha de cabelo de parafuso, mas você está falando sobre a minha madrinha!
- E ainda acho você um baita de um sortudo por--
- Hei, hei, hei! - O Lupin balançou os braços à frente dos olhos do amigo para fazê-lo parar de falar. - Por que de repente você está falando na tia Ginny?
- Você sempre soube que eu tenho uma queda--
- Eu sei disso, mas você não costuma abrir os olhos e sair falando nisso. - Teddy estreitou os olhos e encarou o posso de marrom de Jordan. - Ô, meu Merlin, ela não está aqui, está!?
- Cara, como você é perspicaz.
- Droga! - Gritou Lupin, jogando a mochila por cima do ombro e apressando os passos. - E você nem está sendo irônico!
Teddy corria pelos corredores para chegar até as mármoras da diretoria. Se Ginny estivesse ali pelo acontecido do lago e do filhinho dela, ele sabia perfeitamente que estaria muito ferrado. Mas foi correndo e desculpando-se por alguns esbarrões propositaes em cima de poucas garotas, que viu a sua cor preferida: louro com ruivo.
Dominique conversava com um quinto-anista qualquer - e Teddy não gostava daquele Ravenclaw.
- Ô, Weasley! - Ele aproximou-se de sua cor e segurou-lhe o o cotovelo, delicado. - Tem treino hoje no final da tarde. Não vai esquecer!
- Lupin, já é a quarta vez que você me fala isso hoje.
- Só quero me certificar que minha artilhera estará lá. Aliás, você viu que sua tia Ginny está aqui? - Teddy bem percebeu quando ela respirou fundo, contando mentalmente até dez até que os olhos azuis ciano voltassem a encará-lo.
- Ela tem um filho aqui, duas sobrinhas, um entiado, estudou aqui e está casada com o homem que salvou a história da humanidade aqui. Não acha normal ela vir até aqui então?
- Não quando só a parte do filho e do entiado possam trazê-la até aqui.
Dominique esquivara dos dedos do cunhado e já estava a andar junto com o Ravenclaw quando resolveu parar e encará-lo de novo.
- Eu não poderei ir ao treino hoje.
Algo em Teddy não se sentiu satisfeito pela troca de olhares entre sua cunhada e aquele ser lânguido postado atrás de si - e isso estava a começar a reverter na cor de seus cabelos.
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Noah Black
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14:08
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29 de fev. de 2008
Antitéticas Levezas
e a sua sombra voante,
mais leve.
A gente costumava a achar que o pirulito da esquina era do dono da venda; que a bala que você mordia um pedaço e estendia o outro já sabendo que eu recusaria por nojo era a única que a gente gostava. Como a gente era bobo. Chegamos até mesmo a pensar que o Sol era algo menor que a bolinha de gude que você tanto tentou ensinar-me a jogar - e acreditamos que a nossa cidade era a única no mundo inteiro.
de sua garganta,
mais leve.
E tenho. Continuo a ter.
A gente era tão pequeno e inocente que, quando descobrímos que um beijo na boca é mais que um colar de lábios, juramos nunca fazer isso. Ah! Mas a gente já jurou tanta coisa... prometemos jamais correr um do outro, jamais pisar na grama do vizinho, nunca tomar o sorvete de morango (porque você não gostava!), não brigar, não nos distanciar, não fazer um furo na orelha. Tanta coisa que cumprimos anos a fio.
A bala que você comprova e que eu nunca aceitei um dia seria aceita e a gente poderia repartir o gosto dela - e assim, quebrar um de nossos juramentos e o aperto de mão seria a metáfora para a nossa escolha para selar nossos acordos.
Você cresceu e eu também. Você furou a orelha e eu também. Você pisou na grama do vizinho todas as manhãs quando volta para casa depois das noites fora. Eu pisei na grama para ajudá-lo a chegar em casa. Você tomou o sorvete porque ela quis - e eu não o tomei porque ela quis. E aí a gente brigou.
desse mais antigo instante,
mais leve.
Você distanciou-se e eu tive de ir mais longe. E aí a gente brigou. Você pediu que ficasse e eu pedi para que não partisse. E aí a gente selou. Você precisou ir à mando de seu pai e eu tive de ficar, por causa de você. E aí a gente chorou. Quando você voltou, havia crescido mais um pouco e já não tinha mais o furo na orelha. Eu, por outro lado, estava mais magra, mais feliz e com ele no colo.
Foi exatamente aí que você quebrou o único juramento que eu acreditei ser perpétuo: você correu de mim.
Eu tenho e continuo a ter.

do amargo passante,
mais leve.
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Poema: Cecília Meireles
Texto: Bruna Vollet
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16:33
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Cereja(s)
1 de fev. de 2008
Como Santo no Papel.
1º - Eu não sei porque escrevi isso.
2º - Oneshot's não é bem o estilo que eu quero me consagrar.
3º - Um cordão umbilical faz diferença.
4º - Separação da mórula: dois seres, uma mesma alma.
5º - Porque doe, meu irmão - mesmo sabendo que não somos idênticos, de mesma idade, de mesmo sexo.
6º - Há um príncipe.
7º - Somos seres humanos. Todos - mesmo não pertecendo ao mesmo plano (tridimensional ou não).
Mórula
Por ter ficado sem ele. Sozinho, nunca! Apenas sem ele. Por ter sido poupado da energia que o fazia mover-se sobre as pernas para intensificar a alma que se dobrou quando se formaram dois na barriga. Por ter ficado sem a sua outra metade; sem seu companheiro de quarto desde o dia em que eram uma única e mesma célula."
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Pequeno Príncipe
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22:21
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Cereja(s)
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19 de jan. de 2008
Alergia
- Atchim!!!
- Ah, Merlim. Você é alergica a isso também?!
- Sirius. Eu sou alérgica a tudo que é para dar alergia, ao que não é para dar alergia e aos anti-alérgicos que são para barrar a alergia! Por que você não poderia ter me dado um livro ou até mesmo um panfleto publicitário?!
- Flores é romântico, oras.
- Romantismo que vai me deixar inchada, com o nariz enorme e vermelho, os olhos lacrimejantes e que vai causar uma sucessiva sessão de espirros pelos próximos dez dias!!! *olhar mortal*
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18 de nov. de 2007
Devaneio Noturno
"Mentirei enquanto for conviniente para ti, enquanto não te machucar. Mas não minta para mim, pois já me sinto machcado por ti".
Até aonde ele conseguiria levar tudo aquilo adiante?! Até quando mentiria para si que seria capaz de mentir por ela?!
Ahn.. Andie.. não consegues ver que te amo demais para deixar-te partir sem perguntar por quê?!
Mas aprendera que não deveria buscar por respostas quando não tinha de quem conseguí-las.
"A vida não é a mesma para todos, Six. Todos aqui andamos pela mesma linha torta dos Black; mas eu, contrário de ti, não sou mais capaz de fingir que aceito esse caminho porque todos aceitaram."
Andie, conta-me onde foi que errei; em que caminho te perdi. Conta-me porquê esqueci que não éramos um, mesmo acreditando que seríamos.
Seria Sirius corajoso o bastante para fazer o melhor bem para sua prima amada?! Teria ele a força necessária para libertá-la da maldição que a grande casa possuía?!
"Até quando tu terás coragem de mentir por mim?"
"Até quando tu começares a se machucar."
Olha-a nos olhos, Sirius, veja dentro deles o impulso que te falta.
"Fa-lo-á por mim?!"
"Fazerei tudo em memória de ti."
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17 de out. de 2007
Vestido Vermelho
- Por que disseste-me isso?
Os olhos negros dela - e ainda brilhavam jovialmente.
- Porque tu perguntaste.
A voz indiferente e os olhos analisando um livro antigo qualquer - com o corpo estirado, largado sobre a poltrana almofada.
- Perguntei? Estranho, porque este fato foge-me a lembrança.
Soberba, metida.
- Há vários modos de se fazer uma pergunta, Bela..
- Então tu não és tão sagaz quanto desmonstra ser.
- E tu não ée tão indiferente ao seu redor como desejas ser.
Os olhos acinzentados foram postos sobre o colo desnudo dela.
- Estás linda de vermelho.
- Inveja-me?
Ele riu em desdenha.
- Inverjar-te por ficar bonita em vermelho?
- Pois sabes que nãoáficas apresentavel com nenhuma cor. Por que sorri?
- Incomoda-te?
- A tua presença incomda-me!
Alargou os lábios. Ela olhava-o.
- Por quê?
- Acho que tu já saíste da idade dos porquês.
Ele fez-se de pé e, passo após passo, aproximou-se da pele perolada.
- E achei que hoje tu deverias acabar com este incômodo.
Pousou, levemente, a mão sobre o ombro descoberto, mas ela mantinha o olhar brilhante e preso ao imenso quadro posto da parede à sua frente.
- Sei que ouviste cada palavra minha dita ao James hoje à tarde e bem sei que também não sorriste em nenhum momento desta noite.
Escorregou os dedo de um ombro ao outro.
- Não deverias estar glamurosa por estar a noivar-se com Lestrange?
- Em nada diz respeito a ti minhas emoções.
- Então por que engoliste a seco agora?
Tocou a nuca dela com a ponta do nariz e pôde sentir o arrepio dos poros dela.
- Pelo desgoto que me causas.
As duas postas aos ombros e escorregaram até as mãos de dedos delgados dela.
- Tira-te este vestido vermelho, Bela.
E o desgosto da, até então, Black fora o frio que pôde tocar seu corpo nu entre os braços daquele Black.
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14 de out. de 2007
Feito Ácido
Ouvia a cada palavra sentindo algo aflorar na boca do estômago e crescer, consumindo-a, até a gargante. Todos os relatos e a voz, hoje rouca, mais masculina, era abafada. Talvez escondia o rosto entre as mãos em forma clara de arrependimento. Mas ele não se arrependia - e ela sentia raiva pelo amigo.
- Arrependeste ao menos?
Observou a cabeça dele balançar, infimamente, negando qualquer coisa.
- Como nãoo?!
A voz crescera de tal forma magoada que a própria desconhecia. Eram amigos, ele e ela, muito antes de tudo aquilo, mas também era amiga daquele que não se fazia presente.
- Eu... eu amo ela.
- Ama? Isto está longe de ser algo viável, racional e plausível! Por anos ele a amou primeiro e ela retribuiu...
- Não grites comigo, miúda. Vim até aqui pedir por apoio - falou, sereno, como se todo o alarme que ela fazia era desconexo.
- Que tipo de apoio esperavas de mim?! Que passasse a mão por sua cabeça, agraciando todo este adultério?
- Pois ainda não é adultério...
- Adultério sim! Traição para com o seu único melhor amigo! - Bufavava em prol da raiva de um alheio conhecido. Andou de um lado para o outro já não mais ciente se ainda respirava. - Corrompeste a única coisa que o nutria.
- Ela também quis...
- NÃO DEVIAS TER INSTIGADO!
- Tu tens ciúmes?
- Tenho raiva! Raiva de acreditar que tu jamais ousarias fazer algo parecido com isto para com ele e ainda mais raiva por saber que isso nem ao menos te dói à alma!
- Ele não foi fiel a ela...
- MAS TU TINHAS DE SER A ELE!!! O cara que não se importou se tu és cria de uma sangüinária aristocrata ou de um ignorante a mercê da sargeta. O cara que te chamou de irmão por dez anos! E isso não é ácido em tua consciência! - Gritava adiante dele, gesticulando e revelando o sentimento já tão bem declarado na veia que lhe saltava ao pescoço. - E ele nunca a traiu.
- Eu não me arrependo.
- Então por que estás aqui a contar tais coisas a mim?! - A voz estava mais controlada, mas longe de ser menos séria. - Conte a ele.
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7 de out. de 2007
OJESED
Era a primeira vez que via os cabelos soltos, completamente. Era a primeira vez que sentia a pele morna de seu braço. A primeira vez que a tocava,
À sua frente, um pedaço de espelho enorme, emoldurado, aparentando atingo.
- O que você vê, Black?
Tão absorto no leve toque de seus dedos sobre o braço dela, não percebeu ao que ela se referia.
- O que eu vejo?!
- É... - percebeu como a voz dela custou a sair.
De onde estava, apenas via o perfil do corpo contornado pela luz bruxelante. Resolveu encarar o espelho.
- Eu não... - e focou o objeto mais uma vez - eu vejo...
Desejos íntimos; vontades que nascem no ímpeto da alma e nem mesmo nós sabemos.
Via a ele, estirado em uma cama, fatigado, com vários corpos ao seu redor. Envolto à cama, a imagem de Prongs, Moony e Worntail formavam-se e, ali, segurando a mão dele, tocando-o minimamente, ela.
- O que você vê? - Estava constrangido.
- Vejo crianças.
Os olhos castanhos brilharam. Ela levou a mão até eles e impediu que uma lágrima escorresse.
Sentiu-se envergonhado.
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6 de out. de 2007
Da Inocência à Corrupção
À ela já fugia a imagem de criança e seu jeito não era mais o mesmo. Lembrava em muito a irmã mais velha, entretanto, por fim, a influência de toda uma família já aparentava em seu ser. Não podia negar que estava bela, como deveria de ser.
Em seus olhos reluzia-se ainda a mesma tonalidade singular de azul claro, celestial. Mas não havia inocência ou empatia, mas escárnio. Brilhavam em prol de alma corrompida. Nos lábios, um fino risco de uma alusão à um sorriso malicioso e cínico.
Não era, então, quem achou ter encontrado.
- Uma vez Black, Sirius, sempre Black. É um fardo a carregar.
- Você tinha tudo para não ser o que hoje é!
- Você também.
A voz ardilosa, ferina; completamente sedutora, mas, ainda assim, corrosiva.
- Eu não sou você.
Ela riu, lasciva.
- Sempre se é quando tem um sangue tão putrido quanto o nosso. - Deu as costas a ele. - O verdadeiro devaneio é acreditar que se pode andar sobre outras linhas em outro espaço. Mas não é assim. Todos temos o mesmo fim, de uma forma, ou de outra.
E pôs-se a andar.
Ele apenas viu os cabelos castanhos balaçaram no meio das costas e pôde, também, ouvir os saltos cravarem-se sobre o chão.
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3 de out. de 2007
Um Brinde
Observava-a de longe, do outro lado do recinto. Não sabia o por quê de fazer aquilo, mas sabia que a sensação o agradava.
Ele não estava lá, vendo a mão esquerda agraciar-se como apoio para o queixo; como a outra segurava a pena e risacava sem pressa o pergaminho, e, principalmente, o modo como os olhos escorregavam pelas folhas do livro e depois checavam as anotações.
Só ele a vi agora.
No começo, olhava debaixo, as íris presas no topo dos olhos, para ser discreto. Mas de quê adiantava vir a ser discreto se ela jamais tiraria as órbitas castanhas do livro?! Não. Ela nunca o viria ali. Teria atenção para o livro - unicamente para ele.
Um ato involuntário ele sentiu. Sentia pressão entre os dentes. Por que os livros e não ele? O que teriam eles de mais interessante do que a sua singular beleza?! Não descobriria. Não podia. Amassou entre os dedos o pergaminho. Ficou parado, imóvel - nem mesmo tinha certeza se respirava. Os olhos fixos nela, nos movimentos delicados que fazia e no pequeno sorriso que lançava àquele maldito monte de páginas.
Um ato inesperado. O coração saltou. A mão soltou o papel. Imóvel estava, mas por espanto.
O castanho pousou-se sobre ele, antecedido por um pequeno movimento da cabeça. Ela olhava-o e sorria levemente. Não havia dentes expostos e nem lábios separados. Estavam unidos, num risco, mas ainda um sorriso à ele.
Sentiu-se um romântico estúpido que sente os ânimos mudarem com um breve aceno de cabeça da amada. Entretanto, ele estava longe de ser um.
Não podia tocá-la, não podia beijá-la - mas nada o impedia de cortejá-la.
Amizade ou Necessidade?!
No momento, brindava à necessidade - e sorriu de volta, abertamente, galante como era.
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