29 de fev. de 2008

Antitéticas Levezas

Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.


A gente costumava a dizer que crianças não sabem sobre o mundo. A gente sempre acreditou que o céu era um lençol azul manchado de branco que impedia que o ar fosse embora e que os postes e prédios o sustentavam.
A gente costumava a achar que o pirulito da esquina era do dono da venda; que a bala que você mordia um pedaço e estendia o outro já sabendo que eu recusaria por nojo era a única que a gente gostava. Como a gente era bobo. Chegamos até mesmo a pensar que o Sol era algo menor que a bolinha de gude que você tanto tentou ensinar-me a jogar - e acreditamos que a nossa cidade era a única no mundo inteiro.


E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.


Costumávamos a assistir à tv sem entender o motivo das imagens cinzas (para quê mesmo? A gente não estava lá e aquilo em nada afetava a nossa vidinha pueril!). Dizíamos um para o outro que seríamos amigos para sempre - e você costumava a cuspir na palma da mão na esperança de que fizesse o mesmo. Mas eu sempre disse que tinha nojo da sua saliva.
E tenho. Continuo a ter.
A gente era tão pequeno e inocente que, quando descobrímos que um beijo na boca é mais que um colar de lábios, juramos nunca fazer isso. Ah! Mas a gente já jurou tanta coisa...
prometemos jamais correr um do outro, jamais pisar na grama do vizinho, nunca tomar o sorvete de morango (porque você não gostava!), não brigar, não nos distanciar, não fazer um furo na orelha. Tanta coisa que cumprimos anos a fio.

E o que lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.

Porém, as coisas nunca foram como a gente imaginava. O Sol é muito maior que a Terra e nem é concisa e indestrutível como a bolinha de gude. O pirulito da esquina não era do dono da venda, e sim de uma impresa muito maior que esta. O céu não é um lençol e tão menos azul; ele é apenas o infinto inalcançado que tem a cor azulada por causa da atmosfera e dos raios vindos do sol. O postes e prédio são o nada perto do universo e nossa cidade era a menor que havia.
A bala que você comprova e que eu nunca aceitei um dia seria aceita e a gente poderia repartir o gosto dela - e assim, quebrar um de nossos juramentos e o aperto de mão seria a
metáfora para a nossa escolha para selar nossos acordos.
Você cresceu e eu também. Você furou a orelha e eu também. Você pisou na grama do vizinho todas as manhãs quando volta para casa depois das noites fora. Eu pisei na grama para ajudá-lo a chegar em casa. Você tomou o sorvete porque ela quis - e eu não o tomei porque ela quis. E aí a gente brigou.

E o desejo rápido
desse mais antigo instante,

mais leve.


Você distanciou-se e eu tive de ir mais longe. E aí a gente brigou. Você pediu que ficasse e eu pedi para que não partisse. E aí a gente selou. Você precisou ir à
mando de seu pai e eu tive de ficar, por causa de você. E aí a gente chorou. Quando você voltou, havia crescido mais um pouco e já não tinha mais o furo na orelha. Eu, por outro lado, estava mais magra, mais feliz e com ele no colo.
Foi exatamente aí que você quebrou o único juramento que eu acreditei ser perpétuo: você correu de mim.
Eu tenho e continuo a ter.


E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
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Poema: Cecília Meireles
Texto: Bruna Vollet

28 de fev. de 2008

Eu Guardo

Hoje tu me disseste que a gente já perdeu o senso comum de sociedade. Explicaste-me que já não sabemos mais pensar em grupo e que não somos mais capazes de entender que os princípios e uma causa maior podem superar a individualidade, uma pessoa. Exemplificaste que houve alguém que se juntou ao homem que arquitetou e caçou a esposa, mas, em benefício de um grupo que acreditava nele, o fez em justa causa.
Disseste-me muitas coisas - e não me importo se não sabes que guardei tudo. No entanto, eu pergunto-te: e tu, estás agindo em prol de um benefício particular ou por que a intimidade já está entrelaçada e não há como escapar do carisma?

27 de fev. de 2008

Impossibilidade

O ser humano sempre foi o exemplo não-fictício de que há ambiguidade. Mesmo ao negar, ele sempre tenderá para o lado do mal, pois o ego é algo que facilmente se fragiliza.
O mal - não dito como algo perverso ou imprudente, apenas como uma ação para o benefício próprio - é a principal arma para não desestruturar este ponto tão abstrato e presente em vida, pois ele alimenta o individualismo egocêntrico. No entanto, a mentalidade é completamente diferente da natureza. Muitos acreditam que tal inclinação é condenável, uma vez que todos pregam o altruísmo como principal salvação mundial - tanto social quanto espiritual.
A divergência de pólos nesse conceito acontece porque há duas posições confrontando-se: o lado social, de viver-se em comunidade e, por isso, não se deve ser egoísta, e o primórdio dos tempos como ancestrais do ser humano de hoje, que mais valia a sua própria sobrevivência que a do outro. Mas a questão é mais sutil.
O mal impõe-se sobre todos em pequenas atitudes, pequenos detalhes quase irrelevantes que fazem a diferença. Um sorriso mais largo, uma piada mais extensa ou um comentário até então inexistete pode ser o indício de um interesse interno e totalmente individual. E ao notar-se, não há como saber se é de pura naturalidade ou uma forma de conquista - uma tática de guerrilha.
Pode ser que as impressões falhem, e que nada seja fruto da mais pura e fértil imaginação. Porém, se não for, será a descoberta de que nenhum caráter humano é correto em 80% - e, então, haverá decepção.

25 de fev. de 2008

Segundos que Não Voltam

Eu deveria estar estudando, mas não consigo. Deveria estar lendo, mas não posso. Deveria até estar dormindo, no entanto, o medo de perder o horário não me permite.
Deveria estar fazendo outras coisas, e não estar à frente do computador com três calhamaços de folhas grampeadas tituladas de Estrutura Curricular. Ah!, Deus... por mais que dúvidas sejam a base do conhecimento e os obstáculos para ratificar a perseverança, por que tenho-as as mim?! Tudo estava certo, não estava? Eu tinha total controle sobre as minhas decisões, tinha os motivos presos à cabeça... Tinha o discurso impecável para qualquer pergunta a qualquer hora do dia. Por que então tudo dissipou-se?!
Foi porque não rezei todas as noites? Neguei-me ao trabalho e pratiquei a minha indolência? Preferi ao prazer mundano à salvação de minha alma? Ou será que é apenas porque poli lustrosamente a falsa idéia de que tinha o controle?
Tenho medo de ir à Pasárgada - lá, o Rei pode querer caçar-me e condenar-me à forca por ter mentido.

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Só para constar: O giz vermelho quebrou.

24 de fev. de 2008

Bel-prazer de um Ser

As vozes ao redor diziam sinônimos quanto as representações coloridas em papel de ser um novinho em folha. Era bonito e dava vontade de apertar todas as suas dobrinhas, mas qual seria a sua importância diante daquele pedaço de dez centímetros à sua frente, tão vibrante e voluptuoso?
Sim, ele estava ali, brilhante diante dos demais sem cores vibrantes. Ele, por si só, pulsava ali dentro, e instigava o olhar, até então, despretensioso. Era só esperar o momento certo e poderia tê-lo. Era só aguardar pela despreocupação do dono e aquele objeto seria seu. Somente seu!
O professor não abaixava a guarda; estava muito próximo ainda. Teria de ansiar pela deixa só mais um pouquinho... Observava os outros conversando, animados, em respeitos à assuntos que já lhe fugia do interesse. Não gostava de papos furados sempre, só para distração momentânea - e a última coisa que queria era estar distraía. Tinha de estar atenta a qualquer movimentação, qualquer sinal de desproteção.
Atenção em demasia.
Os olhos corriam rápidos da caixinha de madeira para o outros - e destes para aqueles. Ó, grande momento, chegue logo, caramba!!!
Foi num instante, entre uma brincadeira com uma pessoa a um metrô de distância e um comentário que soou engraçado que teve a oportunidade. Ah!, ele ainda brilhava para seus olhos, como se também esperasse por aquele momento. Esticou os dedos a agarrou-o, escondendo-o levemente, sem o pressionar, debaixo de sua mão. Andou até a sala, colocou-o debaixo da carteira, correu até o banheiro, pegou uma toalha de papel de mão, dobrou-a perfeitamente (não suportaria tê-lo embrulhado em um papel amassado!), voltou para sala e, então, apreciou calmamente enquanto ainda havia alguns minutos.
O seu desejado giz vermelho tinha ficado desprotegido para ela. Tão lindo, vermelho, vistoso.
Enrolou-o com zelo, sorridente, e guardo-o dentro do estojo. Aquele era o furto mais delicioso.

22 de fev. de 2008

Estive pensando...


Hoje, mencionaram qualquer bobagem obre A Bela e A Fera durante a aula. Era algo relacionado a seres personificados como a simpática xicrinha da fábula. Bem, é exatamente aí que eu me perdi do raciocínio da aula em si.
Ao levar-se em consideração que todos os subordinados do príncipe sem coração foram transformados em objetos domésticos, isso necessariamente implica em que a realeza não tinha absolutamente nada quanto a tais coisas em seu grande castelo?
Não sei por quê, mas a cena das vassouras dançando e limpando o salão me vêm a cabeça.

21 de fev. de 2008

Medo e Respeito.

Adentrou ao recinto sem passos curtos, silenciosos e retos. Não desviou o olhar para nenhum chamado e não se deixou barrar por nenhum ser. Depositou o livro aspiral de poucas páginas sobre uma carteira vaga e, então, a caixa de giz.
Olhou para todos e fêz-se silêncio.
Desejou bom dia, pediu para que abrissem numa determinada página e, assim, por mais de noventa minutos, só houve uma voz ecoando-se pelo local. O semblante inexpressivo, ínfimo sarcasmo, voz sempre ao mesmo tom, com poucas variações sonoras. E, claro, o silêncio dos demais.
Eis a descrição do medo e do respeito, fundindo-se e misturando-se. Confundindo.

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Texto de uma Aula de História (e que ninguém descubra!)

20 de fev. de 2008

Roma

Na minha opinião, Rômulo amou de tal forma Remo que não suportou a idéia de ter de dividi-lo com uma sociedade. Preferiu as lembranças solitárias de ambos numa infância afastada de toda Roma e matou-o.

18 de fev. de 2008

Partida de Tênis.


E foi assim que o tempo parou.
Uma interjeição propagou-se, mas não de dor;
não algo que expremisse o quão sua mão fora danificada
- ou seus ervos rompidos.
Apenas um urro
- de negação.
Minutos longos que a obrigaram pensar.
"Como está???"
"Tão impotente".
Todo o seu esforço resumia-se a mancha escarlate que crescia.
- Um sonho posto em cacos.
Seu tempo intenso na palma de sua mão.
"Então é assim que termina?"
Repetia-se em si que não.

15 de fev. de 2008

Obesessivo


Opaco.
Não era para ser assim.
Suas maçãs deveriam ser macias
- e maciças -
Instigando a lascívia de olhares.
Só os meus.
Continue assim.



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Poeminha feito durante a aula de Redação. A professora gostou (não que isso deva ser constado aqui).

12 de fev. de 2008

Só para constar

Perguntaram-me hoje se eu não temia que alguém roubasse (de uma forma muito chucra de se dizer) as idéias que aqui escrevo em relação ao fandom de Harry Potter. Oras, que perguntinha mais impertinente! Claro que temo - mas ainda preservo dentro de mim um quê humanista, crente em seus ideais para com o ser humano.
A minha resposta, não de imediato como gostaria, foi posta em palavras de uma forma que talvez, creio eu, não tenha agradado quem me perguntou.
A questão é que todo ficwriter, desejoso por sua própria versão de fatos ou personalidades, não acata a imaginação dos demais porque ele dispõe da sua própria. E que graça teria um enredo que não nasce de seu ímpeto?! Não é a mesma satisfação, o mesmo prazer. O sorriso que brota no final não tem o mesmo brilho daquele que esperou por um processo longo de cenas e caráters construídos para aparecer.
Claro que há aqueles que são adeptos à lei do mínimo esforço. Mas em quê, retruco eu, isso satisfaz? Por mais que sejam as suas palavras, não é a sua cabeça ali.
Por isso, respondo, sucinta: temo sim, mas acredito que outros também temem. Enquanto prevaler que a recíproca é verdadeira, nenhum ficwriter precisará de idéias alheias. Provar a capacidade é mais nobre que desenvolver uma idéia.

11 de fev. de 2008

Isento de Intenções

Hoje, na primeira aula do dia, eu nem tinha pretensões quanto ao assunto; fui ao colégio livre de qualquer pensamento. Porém, as conjunturas não permitiram que as melhores de minhas intenções fossem ratificadas.
Oras, mas o que estou mesmo dizendo? Sou um alguém mais que permeado num mundo que não me pertence - e não faço questão de sair deste. Não posso simplesmente me dar ao luxo de ausentar minha mente disso.
(Então, talvez até tivesse certas intenções ocultas quando dispertei os olhos de uma madrugada pessimamente dormida).
Ao abrir na primeira página da apostilada que o professor pediu, eis que lá está a síntese de um galanteador sem nada, escrita por Manuel Bandeira em um poema que nem tinha essa intenção.


Então me levantei,

Bebi o café que eu mesmo preparei
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...
Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei.

Ah!, senhor Black, o primeiro de uma geração distorcida.
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Obs:
1. Agora sou alguém sério. Vou à escola, aprendo, chego em casa, durmo e estudo.
2. Estou tendo sérias dores de cabeça para saber como assistirei Prince of Tennis todos os dias.
3. Química ainda é tão repugnante quanto eu me lembrava (isso de mim para ela, óbvio).
4. Enganaram-me! Não há professores de filosofia no corpo dicente e o colégio está atrasado (na minha opinião).
5. Acordar às 21 horas e ter que dormir antes das 2 é algo humanamente impossível.
6. "Poema Só Para Jaime Ovalle", Manuel Bandeira

10 de fev. de 2008

His Little Baby


O Sol entrava pelas frestas do portão e clareva todo o local. Para ver-se não havia muito, mas os grupos formados em volta das várias mesas tratavam de encher o local de sons - murmúrios irritantes. Mas alguém, ali no fundo - um ínfimo ser -, chamava atenção.
Uma pequenina criatura que, graças aos tantos colos disponíveis, encarava a todos nos olhos sem especuliações. Os olhinhos miúdos vasculhavam qualquer detalhe, e suas conclusões eram mantidas para si. A pele clara como da alva iluminadora da manhã em contraste co tantas ai já escravas do Sol.
A única pureza em meios das almas então moldadas pelo mundo. Almas femininas com histórias parecidas, mas com pontos de vistas que diversificavam em vários aspectos. Cada qual tentando contar sua história afim de convencer os demais que a sua era diferente.
Um verdadeiro afosuê de fofocas.
A pequena divertia-se entre colares e flores até o portão se abrir.
O único ser masculino no recinto apareceu. Todas as mulheres, indigadas, trataram de levá-lo direto para dentro da casa, mas ela, coitada, já havia sentindo.
No colo da loura, a pequena começou a procurar a voz do jovem cabeludo. Para onde olhava, ele não estava e, assim, o desespero apossou-se de si.
O choro entrava pelos ouvidos dos presentes, porém, ninguém incomodou-se. Um choro agoniante e sincero, carente da presença masculina que queria ver.
O jovem cabeludo veio em sua direção, com um largo sorriso, e a miúda jogou-se em seu colo.
A única forma de verdadeiro amor é vista; de filha para pai, mutuamente.

8 de fev. de 2008

Mudança

Uma coisa é certa: chegou o tempo de mudar.
Não que já não tenha feito alguma mudança. Mas é que mudei - e muito. Seja em comportamento, pensamento ou em crenças. Eu mudei, sei que mudei. E sabe por quê?! Porque agora é hora de mudar.
Mudar as tendências, as músicas, as repetições. As gírias, vontades, desejos e até ideais. Mudar de tênis, de roupa, de fivela, de filosofia. Não importa o quê, mas é sempre bom mudar. Mesmice não é conseqüência do acaso, e sim da preguiça - e estou farta de ser preguiçosa.
Resolvi mudar! ÉÉÉÉÉ!!! M-U-D-A-R! Com todas as letras escritas.
E mudei... Desculpa pai. Desculpa mãe. Minhas mudaças foram drásticas e repentinas e sei que isso foi fatal. Porém, o que importa, é que eu mudei.
O mais difícil já foi feito. A aceitação virá com o tempo - e este pode até tardar, mas jamais falhará.

Curiosidade Astral

Leia apenas a parte vermelha. O resto é de extrema desnecessidade - não que a parte grifada tenha qualquer tipo de valor intelectual.
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De 07/02 (ontem) às 4h e 04/03 às 10h, o planeta Mercúrio estará transitando pela nona casa do seu mapa. Este é um momento favorável para você desenvolver uma melhor percepção das coisas de sua vida. É como se você "olhasse do alto" e visse sua vida numa perspectiva mais ampla. Normalmente, este é um período muito bom para ter insights intelectualmente eficientes a respeito das questões pessoais mais simples. Um problema que lhe parecia enorme no passado de repente passa a lhe parecer menor. É que você estará "vendo" as coisas de um nível mais amplo. Por conseguinte, você sentirá mais atração por bibliotecas, livrarias ou mesmo pela vida estudantil. A necessidade de aprender cresce nestes próximos dias.

Comentário à parte: Estranho, sempre achei que era atraída por bibliotecas, livrarias e companhia e sempre acreditei que fosse algo mais físico
- ocasionando, às vezes, uma repulsa biológica. E quanto a atração pela vida estudantil... bem, chegou em boa hora!

Observação à parte: deixo claríssimo que em nada acredito nessas coisas.

7 de fev. de 2008

Moeda de dois lados.

Sejamos francos um com o outro: por que me olhaste daquela maneira se em nada adiantaria? Somos dois dissimulados cortejando a mesma moeda. Eu, o lado da coroa. Tu, o lado da cara. No entanto, eu pedi pela cara e tu pediste pela coroa. Somos dois farçantes, caro amigo vigarista. Dois seres sem valores bons. Mas isso não importa, não é mesmo? Somos como a Spica. Dois seres que giram atrás um do outro e, ao mesmo tempo, fogem - e ainda assim aparentamos ser um.
Porém não somos.
Entendeste o ponto que levanto? Não é o mais alto, e sim o mais importante. Lutamos por ideais iguais enquanto ousamos em estratégias opostas.
Ah!, mas isso, no fim, não importa, não é mesmo?! Somos francos quando dizemos que somos farçantes. E só nisso.

6 de fev. de 2008

Trailer

E se, de repente, uma sucessão de visões impossíveis acontecesse com todo mundo?
- Algum problema, querido?
- Problema não. É só que hoje, no ministério, achei ter visto...
Pausa. Por que contaria?! Aquilo era simplesmente impossível.
- Eu achei de ter visto o Fred.
Os olhares pousaram sobre a figura ruiva mais velha presente - e, então, o de Harry e Ginny.
- Tem certeza que não se olhou no espelho?! - Tentou Ron.
Ninguém ousou rir. George não riu. Angelina não riu.

E se alguém brincou com a real realidade?
- Você viu aquilo, Ginny?! - Olhou desesperado pelos lados. - FALA, GINEVRA!!! VOCÊ VIU A MINHA MÃE ALI?!
Sentia as palpitações desesperadas dela nos pulsos cingidos pelos seus dedos. Lançava a esposa um olhar feroz, desentendido, insano.
- Não, Harry. - Uma lágrima brotou no canto dos olhos.

E se o que viveram não foi de verdade?
- Onde estou?
- No meu mundo. O real mundo.
- Isso é loucura!!! - Andou de um lado para o outro, nervoso. Passava as mãos pelos cabelos, rosto, pescoço. Estava aflito. Era tudo impossível!!!
- Loucura, caro Potter, é o que eu tive de aguentar para ter o que queria. E agora eu sei que você quer arrancar isso de mim. Só que há um porém.

E se existisse alguém que só quis manipular a vida?
- E por que quer mudar tudo agora?
- Porque ninguém merecia morrer.
- E por acaso cabe a você decidir isso?
- Nessa realidade sim.

E houvesse um meio de ter todos os queridos de volta?
- VOCÊ É UMA DEPRAVADA! COMO OUSOU BRINCAR DESTE JEITO COM VIDAS HUMANAS?????!
- Quem decidiu que eu deveria ficar orfã quando tudo o que mais queria era crescer ao lado de minha mãe?
- E simplesmente decidiu que queria vingar-se assim?
- Ah! Agora acredita no que falo.
- ERA PARA EU TER TIDO UMA VIDA FELIZ COM OS MEUS PAIS!!!!!!!
- Eis a prova mais que concreta que você prefere pôr as suas crenças em mim ao invés do que realmente aconteceu.
- Você disse que aquilo foi irreal.
- É. Eu disse.

E se tivesse a oportunidade de sair desse sonho?
- Eu o quê?!
- Você dar-me-á a sua razão, consciência, bom senso. Dar-me-á a sua vida astral e a sua aurea. Dar-me-á a vida de seus filhos, de seu afilhado, de seus sobrinhos. A felicidade que conseguiu, a felicidade de seus amigos, de seus parentes, de sua sociedade. A paz que tanto demorou para ter-se, a harmonia que o mundo obteve. Seu nome, sua glória, alegria, amor... Tudo o que a sociedade inteira conseguiu depois do grande feito. É simples, na verdade.
- Simples?
- É a lei da troca equivalente. Você - frize bem isso na sua cabeça, aliás. É você quem quer ter conhecimento do fatos verdadeiros. Deve-se trocar algo de valor equivalente - e é esse o valor da sua curiosidade.

Você teria coragem?
- Você é louca!
- Eu?! Até pode ser. Porque eu troquei tudo isso para poder manipular. Mas sou eu quem pergunta se você terá coragem de trocar tudo o que eu conqustei por algo que não há como manusear. Algo que simplesmente acontece. Porque a sua vida de agora, potter, só existe porque eu quis assim. E aí, aceita?

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Gente, vou começar a escrever uma fic num blog. Não sei se dará certo, e caso dê errado, eu deleto o blog. O link está ali ao lado.

Pérolas do Carnaval

Show do Exaltassamba.
- Aquele é o Tom Maya?
(o.O?)
- Olha... Ele morreu, mas já que voc--
- ELE MORREU?!??!?!??!
-
E faz um belo tempinho já.
- MAS EU O VI SEMANA PASSADA...
- Num show cover! ¬¬

Falando das cores da camiseta do Barcelona.
- ETA era um grupo guerrilheiro da região de Basco.
- Não! ETA é Estação de Tratamento de Água!
(¬¬' - minha)

Casal conhecido dando uns pegas calorosos.
- Hei! Hei! Hei! 20 cm de distância!
- Mas 20 cm não garante que eles não possam se encostar...
- COMO NÃO!?!?
- E se forem 20 cm pequenos...?
(minha)

Conversa quanto a saber sambar.
- Minha meta para 2009 é aprender a sambar.
- Eu sabia sambar...
-E como alguém desaprende a sambar?
- Quando aprende a sambar no meio do banho com o chão escorregadio.
(minha)

5 de fev. de 2008

05.02 - 6 dias de felicidade

11.02.08. O grande dia. E isso não o torna especial, esperado e tão menos importante.
Eis a data do meu primeiro dia de aula de 2008. Eis o dia que dará o primeiro ponta pé no meu traseiro para ansiar por férias só depois do fim de janeiro do ano que vem.
Deprimente, eu sei. - mas só até um certo ponto.
Deprimente porque sei que esse ano terei de me esforçar ao máximo para aprender - de verdade - física, química e matemática. E não só tirar notas para a prova a fim de passar de ano. Deprimente porque é último ano das minhas certezas de estar junto das pesoas que me acompanham em uma caminhada desde a 5ª série. Deprimente porque é o meu último ano como uma adolescente perdida no mundo do conhecimento, que busca a certeza de que está escolhendo o caminho certo e se encantará por aquilo que julga correto.
Deprimente porque, depois, não havera estudos para apenas passar de ano.
Ah!, estou tornando-me adulta, meu Deus!!!
Mas será legal. Será o ano em que eu vou lutar por aquilo que quero; lutar por uma vaga digna na Unicamp, USP e UFPR em novembro/dezembro. Lutar para ter um lugar em que eu possa orgulhar-me de cada hora gasta com estudos tão indesejáveis como os de química.
Ah!, eu vou-me formar!!! Participar de churrascos, festas, aulas, brincadeiras tolas, dançar valsa com o meu pai, entregar o diploma na mão dos meus pais, escrever estórias e dissertações, ler todos os livros que quiser, matar as aulas de redações para ficar a mercê na biblioteca... Tudo o que tanto esperei nesses anos todos.
Mentira, só espero isso a partir de agora.
Espero mais, na verdade. Espero o dia em que poderei ir até a auto-escola, o dia em que poderei dirigir sem papai ou mamãe no volante, o dia em que poderei olhar para a minha mãe e dizer "Sim, eu vou para Curitiba, você goste ou não"... o dia em que olhar para dentro de casa e ter certeza que á cumpri meu papel aqui.
Doe?! Um pouco. Não é fácil aceitar que a vida deve prosseguir longe daqueles que olharam por mim desde que ficaram sabendo que eu existia. Machuca um pouco, dá um aperto, mas é assim que o rio corre.
Apazigua?! Um pouco. Não é fácil pensar que terei de economizar dinheiro, ter controle dos meus gastos financeiros, do que devo comprar para comer, a que médico ir... Mas essa insegurança é tão boa!!!
Ah!, o dia 11 de fevereiro... que dia mais complicado.

1 de fev. de 2008

Como Santo no Papel.

1º - Eu não sei porque escrevi isso.
2º - Oneshot's não é bem o estilo que eu quero me consagrar.
3º - Um cordão umbilical faz diferença.
4º - Separação da mórula: dois seres, uma mesma alma.
5º - Porque doe, meu irmão - mesmo sabendo que não somos idênticos, de mesma idade, de mesmo sexo.
6º - Há um príncipe.
7º - Somos seres humanos. Todos - mesmo não pertecendo ao mesmo plano (tridimensional ou não).

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Mórula
"Mágoa.
Por ter ficado sem ele. Sozinho, nunca! Apenas sem ele. Por ter sido poupado da energia que o fazia mover-se sobre as pernas para intensificar a alma que se dobrou quando se formaram dois na barriga. Por ter ficado sem a sua outra metade; sem seu companheiro de quarto desde o dia em que eram uma única e mesma célula."

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Pequeno Príncipe

"O pedaço que faltava para completar sua vida. agora pertencia a ele, e sempre teria de sentí-lo pertencente a si.(...) Ela não teve tempo para pensar. Apenas para se perpetuar no coração de seu pequeno príncipe encantado."