14 de set. de 2008

Desculpe, eu não possuo sardas.

Desculpe, mas eu não tenho sardas, meus humor não é engraçado e nem fechado, minhas concepções não são boas ou ruins.
Desculpe, mas eu não tenho sardas. Minha pele nem é branca e nem caramelada, meu amor não é intenso e nem o mesmo por cinco minutos. Aliás, eu não posso amar.
Desculpe, mas família não me instiga e pessoas são sempre as mesmas depois de quatro minutos. O que é novo é velho logo em seguida e perde a graça.
Desculpe-me, mas eu não possuo sardas.

Charlie leu o que escrevera quando tinha doze anos e olhou para a sobrinha, sentada, ainda com oito anos, no meio de sua sala, entre pergaminhos e lápis de cor, e acrescentou:

Desculpe, mas eu não possuo sardas, meus cabelos não sou louros, e nem ruivos, meus olhos não são azuis e nem verdes. E eu não sei por que devo pedir desculpas.

Riscou seu nome da assinatura e escreveu "Dominique".

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