22 de mar. de 2009

Eu estava pensando...

Horas dentro de um ônibus dá nisso.

Eu queria escrever uma grande fic. Mas uma fic que contasse exatamente o percurso de Dominique Weasley na vida de seus familiares e amigos. Uma fic que mostrasse ela desde de pequenininha, crescendo e não se apegando a nada, passando pelos 7/8 anos, quando ela vai morar com Charlie, ela voltando e indo para Hogwarts, ela encantando o Teddy, fazendo o James se apaixonar, os dois brigarem, ela saindo de casa com a suspeita de estar grávida... E o depois.

O depois seria uma sutileza de casos. Ela teve o filho ou não? Menino ou menina? Ela está viva? Ela está bem? Seus olhos ainda são cianos? Seus cabelos cor de ferrugem; nem ruivos, nem louros? O que ela faz? Quem ela se tornou?

E, analisando um pouco, decidi que isso é muito difícil. Mas me proponho, aos poucos, sem nenhuma pressa, ir escrevendo (o.O), sob o ponto de vista do Albus - porque eu o julgo capaz para fazer uma análise certa de Dominique. Ele seria sutil o bastante para não difamar a prima, e seria sábio ao ponto de ser imparcial.

Eu o vejo como uma grande mente, como um grande conhecedor. Alguém perspicaz, ábil e sereno. Capaz de ler os gestos, olhares, silêncio. E vou colocá-lo, com seus 40 anos, como narrador dessa história.

Vejamos no que dá.

10 de fev. de 2009

Louis correu sem pensar para o quarto da irmã e ali se trancou.

- O que você quer, Loui?

A pequena Weasley, com os seus olhos grandes e verdes, como os do papai, olhou Victoire e não exitou em responder:

- Está chovendo.

- Eu percebi. - Victoire levantou-se da cadeira, deixando para trás o seu trabalho. Estava há poucos meses na editora de uma famosa revista de moda, mas seu trabalho era inversamente proporcional a isso. - Mas você não acha que está grandinha para isso, Loui? - Ela afagou os
cabelos ruivos da miúda e sorriu, meiga.

- Você não entende, Vic, está chovendo. E quando chove_

- Tem trovões e raios. Mas estamos seguras dentro de casa, querida.

Victoire tinha então 19 anos.

- Você não entende, Vic, não entende mais!!! - Louis gritou, com os olhos cheios d´água. E toda vez que chorava, a ponta de seu nariz ficava vermelha e as sardas salpicavam ao rosto.

E a pequena Louis Weasley atravessou o corredor correndo, chorando. Cada pingo lá fora era mais denso, mais grosso, sufocante... e a porta oposta ao quarto da irmã mais velha estava a menos de um palmo de sua frente.

Não entrava sem bater naquele quarto. E nunca correra para aquela direção antes. Mas estrou.

- Está chovendo, Dominique!!!

Ela estava ali, deitada na cama, de olhos fechados, sem fazer nada. Ela estava ali, com pernas esticadas, uma sobre a outra, e continuou ali quando a ruiva Weasley pulou em cima dela.

- Está chovendo, Loui. - Falou Dominique.

E Louis achou aquilo o máximo, no auge dos seus 7 anos.

2 de fev. de 2009

relatividade dos lados

Estaremos sempre do lado errado, era o o que você me dizia. E eu te perguntava quando estaríamos do lado certo e você me sorria, cínico, e tragava aquele maldito fumo como se me beijasse à boca.

Éramos, então, desde daquele tempo, dois malditos perdidos. Você, do lado errado de lá, e eu, do lado errado de cá. Somos malditos, ainda, Rebastan. Você, com essa pureza imaculada e suja por ideias dispersos, e eu... pela minha solidez irredutível.

E eu também fumava, porque esse era o ato de nosso beijo. E a gente se beijava sem colar a porra de nossas bocas. Éramos imundos em nossas crenças. E você, droga, sempre soube.

Estaremos do lado certo quando estivermos do mesmo lado, eu queria te ouvir falar. Mas você era um completo filho-da-puta assim como eu era. Então, tragávamos, juntos, ao mesmo tempo, cigarros fedorentos diferentes.

Você, porque era o seu vício. Eu, porque você era meu vício.

Num dia, eu sabia, nós trocaríamos de lado, só que você não existiria mais para me dizer que estávamos em lados errados. Você, seu desgraçado, não iria mais existir.

8 de jan. de 2009

- O que você faz quando ninguém está te vendo?

A pergunta não tinha num todo a concepção honesta que o impacto deu a ela como entendimento – eu até esperava um a mentira doce, sorridente e cáustica.

Os olhos verdes arregalaram-se e a pupila dilatou-se. Estavam cravados em mim, trêmulos – e eu senti que a resposta seria a verdade.

- Eu vomito.

Eu já sabia. Podia ver. A pele a esticar-se pelos ossos, delineando e deformando cada curva de seu corpo; curvas estas feitas por ossos. Costela, uma por uma, sobressaindo ao corpo.

Sim, eu sabia.

Lily Evans era bulímica.

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eu li um pouco do chall de alguma coisa e esse trechinho veio a minha cabeça.