30 de out. de 2007

Desavenças

- O que aconteceu? - Perguntou em sussurros, sentindo muitas dores na cabeça.
- Os saxões invadiram a comemoração, mataram seu lindo garanhão branco e estupraram você até que perdesse a consciência - e nego-me dizer o motivo das dores de cabeça porque julgo que até mesmo você é incapaz de imaginar tais coisas.
- O QUÊ?!!!!!!!!!!!!
A donzela mística arfou pesadamente, e voltou a falar:
- Seria muito interessante que o senhor ostentasse essa história, sabe senhor capitão, porque é muito mais emocionante do que cair de um cavalo por causa de um ganso manco.
- Impossível! Eu nunca caí de um cavalo...
- Ok. O garanhão derrubou-o então.
- hm... E o que você está fazendo aqui?
- Perguntando-me por que ainda demonstro respeito para com você - e sorriu, irônica.
- Responda-me com decência!
Lancelote bem sentiu o olhar da garota sobre si.
Que decência posso demonstrar com o homem que caiu de um cavalo por causa de um ganso?! A decência que seu senhor e Grande Rei exigira pra como o melhor amigo dele, senhorita! Ela odiava sua própria consciência.
- Morgana, não satisfeita em ficar acordada sozinha e fazendo um trabalho tão cansativo como este, mandou-me chamar, acordando-me, para ficar de olho no enfermo - no caso você, senhor capitão.
Ela fez uma reverência longa e exagerada, demosntrando seu desgosto em estar ali.
- Você zelou por mim a noite toda, Arwen? - Mantinha um sorriso preso aos lábios.
- Façamos com que Morgana acredite que sim.
- Arwen?!
Ela olhou de soslaio em direção à porta e Artur riu.
- Não queria identificações, apenas fiquei espatando com a sua presença aqui, irmã.
- Acredite, ainda estou em estado de choque por causa disso. (¬¬)
- E então, como está o nosso enfermo?
- Para sua felicidade e sentimento totalmente oposto a este de minha parte, vai bem, senhor meu rei.
-
Sem formalidades comigo, minha irmã - disse Artur, tocando os ombros da jovem.
- É necessário manter algum tipo de respeito para com o senhor diante de terceiros para que eu não caia na tentação de perder as formalidades com estes! - E seu olhar mortificante foi lançado à Lancelote.
- Odeio-a.
- E a recíproca é tão verdadeira, caro senhor capitão...
Odeio essa menina! Pensava Lancelote, lutando ao máximo para que Artur não ouvisse o que dizia. Seria uma grande ofença para com ele se soubesse de tamanho ódio.
- Vejo que ainda mantêm uma relação bastante interessante!
- Não ria, Galahad!
- Desculpe, Lance, mas não posso deixar de fazê-lo quando ela fala assim.
- Pare de rir e volte para seu leito nupcial, não, câmara nupcial para junto de Gwenhyfar - e, dizendo o nome da jovem rainha, Arwen olhou para Lancelote de tal maneira que preocupou o jovem cavaleiro -, senhor meu rei.
- Você está certa - concordou Artur, pensativo -, mas gostaria de ver Morgana antes. Sabe onde ela se encontra?
- Deve estar junto de sua mãe, senhor meu rei.
- Pois então vou até elas. Melhoras, Lancelote, meu irmão. - Inclinando-se, Artur beijou o alto da testa do melhor amigo e, em seguida, as mãos da jovem.
- Se pensar em tocar em mim pela ínfima vontade que possa nascer, Lancelote, acordará sem entranhas.
A mão dele recuou, deixando-o impressionando, não fizera nenhum barulho e dera qualquer indício de que a tocaria!
- Quanta suavidade em seus dizeres.
- Não se preocupe, tenho certeza que você terá várias oportunidades para presenciá-la em sua vida.
- Aonde você vai?! Não deveria zelar por mim esta noite?
- Artur estragou meus planos.
- Matar-me-ia?!!!!
- Ninguém estava muito confiante que sobreviveria à queda - ou à derrubada, já que não gosta de pensar que caiu do cavalo. Qualquer um pode morrer sufocado durante a noite.
- Você não me quer morto.
- Pelo menos não na frente do Grande Rei. Morgana já está vindo para cansar-se de você.
- Você me ama, Arwen.
- Devo acreditar agora que meus conceitos de amor é o extremo oposto dos seus.
- Bem, como está Lancelote?!
- Em suas mãos agora, Morgana - respondeu Arwen, deixando reluzente em seu rosto o melhor sorriso cínico que conseguia dar. E Lancelote haveria de concordar que ele era convincente demais.

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